Abril Verde: 7 ações para prevenir acidentes na indústria
Entra ano e sai ano e o número de acidentes e doenças ocupacionais no Brasil só cresce. Sim, o país encontra-se em 4º lugar no ranking de países com maiores índices de ocorrência de acidentes de trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Por isso, abril foi escolhido como o mês da conscientização para evitar acidentes. Dia 7 de abril é o Dia Mundial da Saúde e o dia 28 de abril é o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho.
O objetivo é despertar toda a sociedade para a adoção de uma cultura permanente de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Assim surgiu o Abril Verde.
Isso quer dizer que todos nas empresas, colaboradores e gestores, têm o seu papel nesta causa. No ambiente industrial, onde as ocorrências e riscos se intensificam, as ações em busca da meta de zero acidentes devem ser ainda mais efetivas.
Mas o que pode ser feito para isso? Leia a seguir e conheça 7 ações efetivas para prevenir acidentes na indústria.
Respeitar as Normas Regulamentadoras (NRs)
As Normas Regulamentadoras (NRs) apresentam um conjunto de disposições e procedimentos técnicos que devem ser aplicados no ambiente de trabalho a fim de garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores. Seguir todas as normas estabelecidas pelo Governo Federal é obrigação das empresas, bem como dos trabalhadores.
Resumidamente, elas ajudam a todos a seguir regras que preservem a integridade física dos envolvidos, a evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e regulamentam como as empresas devem proceder.
Entre as principais NRs para a indústria estão:
- NR-6, sobre equipamentos de proteção individual;
- NR-10, que estabelece os requisitos e condições mínimas aos colaboradores que trabalham em instalações elétricas ou com serviços com eletricidade;
- NR-12, que faz referência à segurança no trabalho em máquinas e equipamentos;
- NR-16, sobre atividades e operações perigosas;
- NR-26, que estabelece a sinalização para garantir a segurança dos espaços;
- NR-28, que trata da fiscalização e das penalidades que podem ser aplicadas às empresas que não se adequarem às demais normas estabelecidas pelo Governo Federal;
- NR-33, que estabelece os requisitos mínimos para a identificação de espaços confinados, bem como avaliação, monitoramento e controle de riscos existentes.
Ainda os programas de segurança do trabalho, promovidos em âmbito nacional, como o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA), são ações que impactam pequenas, médias e grandes empresas. De implantação obrigatória, de acordo com a Norma Regulamentadora 9 (NR-9), o PPRA promove a segurança do trabalho a partir "de ações que visam a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho".
No Brasil, o PPRA precisa ser implantado em qualquer empresa que tenha funcionários contratados (independente do porte) e consiste na busca e implantação de ações contra agentes químicos, físicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho e que possam ser prejudiciais para a saúde ou a integridade física dos trabalhadores.
Fornecer EPIs e EPCs
Fornecer equipamento de boa qualidade, devidamente higienizados e dentro dos prazos de validade é obrigação do empregador. Os equipamentos de proteção individual (EPI) devem apresentar o CA, ou seja, o Certificado de Aprovação que garante a procedência de equipamentos como capacetes, protetores auriculares, capuz ou balaclava para a proteção da cabeça, óculos e viseiras para proteção de olhos e face, luvas e mangotes para proteção de mãos e braços, máscaras e filtros para proteção respiratória, coletes e macacões para proteção do corpo; sapatos, botas e botinas para proteção de pernas e pés.
Além disso, as empresas devem garantir a eficiência dos equipamentos de proteção coletiva (EPCs) sempre que necessário, visando assegurar o bem-estar de todos. Entre os EPCs estão os cones, placas e etiquetas de sinalização, cadeados e dispositivos de bloqueio, guarda corpo e outros, correntes, faixas de segurança, sirenes, alarmes e alertas luminosos nas empilhadeiras, grades de contenção, barreiras contra luminosidade ou radiação, sistema de ventilação e exaustão para eliminar gases, vapores ou poeiras contaminantes.
Os trabalhadores, por sua vez, devem utilizar todos os equipamentos da maneira adequada e solicitar melhorias, quando necessário.
[Leia a diferença entre EPIs e EPCs]
Manter toda a equipe atualizada em relação aos procedimentos de segurança
Os treinamentos e as melhores práticas devem estar sempre atualizados. Para isso, logo que um colaborador novo é contratado, o empregador precisa:
- Relatar sobre as condições de trabalho, possíveis riscos e métodos para prevenir acidentes;
- Informar sobre o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
- Explicar sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) que existirem no local;
- Relatar sobre situações de risco e possíveis acidentes de trabalho.
Uma boa forma de manter toda a equipe atualizada é implementar o Diálogo Diário de Segurança (DDS) na sua empresa. Essa atividade consiste na realização de breves reuniões diárias entre trabalhadores e os gerentes imediatos. Nestes encontros devem ser abordados temas importantes para estabelecer a cultura de segurança. Em especial, os tópicos relativos aos riscos das tarefas a serem desenvolvidas pela equipe. É uma forma bem importante de manter os trabalhadores sempre atentos aos procedimentos de segurança.
Também é importante a realização de campanhas de prevenção a acidentes, destacando a importância de se respeitar o uso de EPIs e EPCs em todo o ambiente industrial.
Capacitar e criar a percepção de risco nos trabalhadores
Oferecer treinamentos aos colaboradores é essencial para o funcionamento de todos os processos de trabalho. Isso porque apenas quem recebe a capacitação, consegue identificar situações de ameaça e agir da maneira correta para evitar acidentes ou qualquer exposição ao perigo. Por isso, pode-se dizer que a percepção de risco é primordial para manter um ambiente de trabalho seguro, organizado e produtivo.
Pode-se dizer que percepção de risco é exatamente isso: desenvolver o senso de identificação e a conscientização sobre os perigos existentes dentro do ambiente de trabalho.
Esse é um conceito de segurança que envolve, mais do que nunca, o fator humano, o saber reconhecer as ameaças, o equilíbrio e a tomada de decisão. Por isso, é de extrema importância que os trabalhadores tenham atenção, sejam instruídos da maneira correta e estejam com o psicológico bom para evitar dúvidas que coloquem sua segurança em risco.
Para isso, as empresas podem começar criando um guia de boas práticas, onde deve constar aspectos relacionados aos equipamentos utilizados, às vestimentas dos trabalhadores, o que deve ser feito em determinadas situações que possam ocorrer, dentre outras coisas.
Ter um programa de gerenciamento de risco
O gerenciamento de risco, ou gestão de riscos, é o processo de identificação, avaliação e monitoramento dos riscos existentes dentro da indústria. É a forma mais eficaz de fazer com que, caso algum dos riscos realmente aconteça, não impacte negativamente os colaboradores ou a empresa como um todo, ou seja, não resulte em acidente, perigos efetivos para toda a equipe, perdas ou danos graves.
Um dos sistemas de gestão utilizados para fazer o gerenciamento de riscos é a ISO 31000, criada pela International Organization for Standardization, com o objetivo de estabelecer princípios e orientações sobre gestão de riscos. Criou-se um guia universal para gerenciar os processos de diversos tipos de risco dentro de qualquer segmento e tamanho de organização, seja pública, privada, comunidade, associação, grupo ou individual.
A partir da norma ISO 31000, podemos estabelecer que um gerenciamento de risco eficaz é aquele que atende aos seguintes princípios:
• Proteger e criar valor para as organizações;
• Fazer parte de todos os processos organizacionais;
• Ser considerada no processo de tomada de decisão;
• Abordar todas as incertezas;
• Ser sistemática, estruturada e oportuna;
• Basear-se nas melhores informações disponíveis;
• Estar alinhada com os contextos internos e externos da organização e com o perfil do risco;
• Considerar os fatores humanos e culturais;
• Ser transparente e inclusiva;
• Ser dinâmica, interativa e capaz de reagir às mudanças;
• Permitir a melhoria contínua dos processos da organização.
[Leia mais sobre o tema]
Implantar um Programa Loto eficiente
Quando o trabalho envolve o uso de energias perigosas, a principal medida prevista na legislação brasileira - por meio das Normas Regulamentadoras (NRs) 10 e 12 - é implantação do Programa de Controle de Energias Perigosas (PCEP), também chamado LoTo (Lockout Tagout).
O LoTo tem como objetivo criar procedimentos para prevenir os riscos de trabalhos com as energias perigosas: elétrica, mecânica, hidráulica, pneumática, química e térmica. Para isso, utiliza dispositivos de bloqueio e etiquetagem em máquinas, equipamentos e sistemas elétricos com a finalidade de bloquear as fontes de energia e impedir que os trabalhadores sejam expostos aos riscos.
A Tagout oferece a solução completa para LoTo, que inclui a implantação, adequação e a gestão de todo o processo de PCEP e, ainda, uma linha completa de dispositivos de bloqueio e etiquetagem de fabricação 100% nacional. Saiba tudo sobre a consultoria do LoTo!
Formar uma equipe integrada e engajada com a segurança
Quem pode contar com uma equipe preocupada e engajada quando o assunto é segurança, já sai na frente. A falta de adesão a procedimentos padrões é um problema que deve ser corrigido, mas, para isso, é preciso criar e estabelecer uma cultura de segurança na sua empresa.
Essa cultura engloba as crenças, as atitudes, as normas e as práticas de trabalho que devem ser compreendidas e seguidas por toda a equipe. Cada um dentro da empresa representa um papel importante na garantia da segurança de todos.
O primeiro passo é estabelecer um programa que valorize os comportamentos seguros e as melhores práticas no local de trabalho. Entre os benefícios para a empresa estão a redução do número de acidentes, a maior competitividade no mercado, o aumento de produtividade dos trabalhadores e o comprometimento da equipe.
Conte com uma equipe preparada: o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) são instrumentos fundamentais para ajudar o gestor a identificar, avaliar, controlar e sugerir ações com o objetivo de prevenir e proteger os colaboradores de possíveis incidentes. Com esse tipo de gestão, com regras e normas de segurança do trabalho seguidas à risca, é possível evitar ocorrências na sua empresa.
Saiba como implantar a cultura de segurança na sua indústria, aqui.
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