Qual a importância de reportar riscos?
Não há dúvida: reportar riscos é uma forma de aumentar a segurança na sua empresa.
É fato que, quando ocorre algo fora do previsto durante a execução de um trabalho, tudo precisa ser relatado aos líderes e repassado ao restante da equipe, como forma de criar uma cultura interna de segurança.
No ambiente de trabalho, as atividades devem ser realizadas por um trabalhador preparado, com atenção e consciente do que está sendo feito. No entanto, em algumas ocasiões, algo pode sair fora do planejado. E, mesmo que não ocorra um acidente, este fato precisa ser passado adiante.
Como, então, estabelecer a prática de reportar riscos?
Tudo deve começar com a orientação da equipe sobre a importância de reportar riscos no trabalho. É muito claro: quanto menos riscos a equipe estiver exposta, menos acidentes irão ocorrer. E o mais interessante é que um risco pode não estar claro na teoria, no entanto, quando o trabalhador está atuando em uma certa atividade, pode se deparar com uma situação que tem chance de ser melhorada se for compartilhada com seu gestor.
Assim, reportar é informar ao gestor qualquer situação que possa colocar a sua saúde ou a de outro colaborador em perigo. No reporte deve ser descrita a ocorrência ou risco, como o funcionamento anormal de uma máquina ou equipamento, uma postura inadequada de um colaborador, a falta de um Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) ou individual (EPI) e até uma sugestão de melhora em um processo.
Orientações importante para a equipe
Algumas dicas para incentivar os colaboradores sobre a importância de relatar riscos:
- Ajuda a evitar acidentes;
- Melhora processos internos;
- Colabora com o aperfeiçoamento das atividades desempenhadas na empresa;
- Contribui com as ações da CIPA;
- Facilita a fiscalização da conduta de todos os trabalhadores, já que a sua segurança depende também da atitude de um colega;
- Não é um incentivo para punições e sim uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento.
Sistema de reporte de riscos
Segundo a OSHA (Occupational Safety and Health Administration), órgão que regulamenta as relações de segurança e saúde no trabalho nos Estados Unidos, o “quase acidente” é “uma ocorrência imprevista que não resultou em ferimentos, doença ou dano, mas tinha o potencial para fazê-lo”.
Por isso, esta ocorrência não deve ficar restrita ao conhecimento apenas dos envolvidos. É a partir deste “quase acidente” que os acidentes verdadeiros podem ser evitados.
Para isso, a gestão da empresa deve estabelecer a cultura de reportar riscos por um meio oficial, que pode ser anônimo, para o líder de área. Esta ocorrência deve ser levada para a área de Segurança do Trabalho e para o conhecimento da CIPA, que irá investigar as causas, potenciais riscos e formas de solução.
Os resultados devem então ser repassados a toda equipe, como forma de aprendizado para a redução de riscos e melhora na segurança interna. Com a ajuda da equipe é possível sim identificar, controlar e evitar acidentes leves ou graves. Pense nisso!
Sobre o autor: João Marcio Tosmann é formado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica, pela PUC-RS, com pós-graduação em Administração Industrial pela USP e MBA em Marketing pela ESPM.
Possui experiência em projetos de manutenção industrial e logística em autopeças. Atuou como membro da diretoria do Complexo Industrial Automotivo General Motors (CIAG) e líder de projetos de novos veículos como Celta (General Motors) e EcoSport (Ford). Atualmente é diretor da Tagout, indústria de produtos de Bloqueio e Etiquetagem que oferece consultoria, treinamento e elaboração de procedimentos para implantação do Programa de Controle de Energias Perigosas (PCEP).