O Brasil ocupa um dos primeiros lugares em um ranking importante - e por mais que isso possa parecer bom, neste caso, não é. Somos o quarto país com mais acidentes de trabalho no mundo de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), atrás da China, dos Estados Unidos e da Rússia. Isso é preocupante para todos os envolvidos na cadeia produtiva brasileira, sejam trabalhadores, gestores, investidores, etc.
O ponto é que não se trata de um destaque para se orgulhar, pelo contrário: eles nos mostram o quanto ainda precisamos melhorar quando o tema é segurança do trabalho. De acordo com o último levantamento do Ministério da Previdência Social, cerca de 7 brasileiros perdem a vida todos os dias em acidentes de trabalho no Brasil, somando cerca 2.500 óbitos por ano no país.
2012 - 713.984
2013 - 717.911
2014 - 712.302
2015 - 622.379
2016 - 578.935
2017 - 549.405
De acordo com o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, todos os dias, a cada 48 segundos um trabalhador sofre um acidente. Isso, ao longo do tempo representa, de 2012 a 2017, mais de 14 mil mortes e milhões de acidentes de trabalho no período.
E 2019? Como será?
Depois de anos caindo, o número de ocorrência voltou a crescer em 2018. Basta observar as estatísticas para ver que o Brasil precisa de políticas de prevenção de acidentes mais efetivas e que sejam capazes de mobilizar trabalhadores, gestores e empresários.
Podemos pensar em diversas ações que podem impactar esse cenário - desde políticas governamentais aos programas com foco em segurança ocupacional nas empresas. Os programas de segurança do trabalho, promovidos em âmbito nacional, como o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) são ações que impactam pequenas, médias e grandes empresas. De implantação obrigatória, de acordo com a Norma Regulamentadora 9 (NR-9), o PPRA promove a segurança do trabalho a partir "de ações que visam a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho".
No Brasil, o PPRA precisa estar implantado em qualquer empresa que tenha funcionários contratados (independente do porte) e consiste na busca e implantação de ações contra agentes químicos, físicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho e que possam ser prejudiciais para a saúde ou a integridade física dos trabalhadores.
Gestores conscientes sabem que planejamento e segurança devem andar lado a lado e que é fundamental a compreensão de como ocorrem a maioria dos acidentes de trabalho. Não há mais espaço para um ambiente de trabalho inseguro. Mesmo que existam políticas públicas para a prevenção de acidentes no ambiente de trabalho, a empresa também precisa fazer a sua parte. Neste sentido, ter um planejamento interno focado na segurança das equipes é fundamental.
Aqui vão algumas dicas para os gestores:
Estude os procedimentos da empresa: cada indústria tem necessidades e rotinas diferentes, por isso, você precisa conhecer bem a sua.
Conheça os desvios: quando uma atividade de rotina é realizada de maneira diferente do recomendado, o trabalhador pode ser exposto a mais riscos do que o necessário para a realização da atividade.
Identifique os perigos: mapear os riscos existentes em cada atividade desempenhada dentro da empresa para que possam ser desenhadas as soluções.
Conte com uma equipe preparada: o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) são instrumentos fundamentais para ajudar o gestor a identificar, avaliar, controlar e sugerir ações com o objetivo de prevenir e proteger os colaboradores de possíveis incidentes. Com esse tipo de gestão, com regras e normas de segurança do trabalho seguidas à risca, é possível evitar ocorrências na sua empresa.
Atue: as medidas devem ser tomadas antes dos problemas ocorrerem, garantindo condições seguras de trabalho e de operação num empreendimento industrial.
Outra parte fundamental de qualquer programa de prevenção de acidentes são os trabalhadores. A sua equipe precisa estar treinada e engajada com a meta de zero acidentes. Isso é dever da empresa e está previsto na NR-18, que trata da segurança de trabalho na construção civil e determina, entre outras ações, o treinamento admissional apropriado aos trabalhadores.
Assim, logo que um empregado novo é contratado, o empregador precisa:
- Relatar sobre as condições de trabalho, possíveis riscos e métodos para prevenir;
- Informar sobre o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como capuz ou balaclava para a proteção da cabeça; protetores auriculares; óculos e viseiras para proteção de olhos e face, luvas e mangotes para proteção de mãos e braços; máscaras e filtros para proteção respiratória, coletes e macacões para proteção do corpo; sapatos, botas e botinas para proteção de pernas e pés.
- Explicar sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) que existirem no local, como: cones, correntes, faixas de segurança; placas de sinalização; sirenes, alarmes e alertas luminosos nas empilhadeiras; grades de contenção; barreiras contra luminosidade ou radiação; sistemas de bloqueio e etiquetagem, sistema de ventilação e exaustão para eliminar gases, vapores ou poeiras contaminantes.
- Relatar sobre situações de risco e possíveis acidentes de trabalho sempre.
Não basta somente oferecer um treinamento admissional para o trabalhador e esperar que dê tudo certo daqui para frente. Para evitar ocorrências em um ambiente industrial, o empregador pode tomar algumas ações:
Campanha de prevenção: realizar uma campanha interna de prevenção de acidentes, destacando a importância de se respeitar o uso de EPIs e EPCs em todo o ambiente industrial.
Diálogos Diário de Segurança (DDS): ação que ajuda a despertar, no colaborador, a conscientização envolvendo suas atividades diárias em respeito a sua segurança, meio ambiente, saúde e qualidade.
Fiscalização e penalidades: advertir e suspender os trabalhadores que não se comprometerem com o uso dos dispositivos. Demitir por justa causa, caso o trabalhador continue a não se adequar às regras. Pode parecer severo, mas o empregador precisa tomar atitudes em relação ao tema.
Para que o Brasil não continue a figurar nos primeiros lugares do ranking de acidentes de trabalho, a mudança precisa deve ter início na empresa e impactar cada trabalhador. Você tem tudo o que precisa para isso, basta investir na mudança!
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